Porque somos contra a obra

O projeto da passagem de nível na rua Anita Garibaldi tem problemas.


Não são só as árvores ou o sossego da vizinhança. A passagem de nível (ou trincheira, como preferir) afetará negativamente qualquer um que transite pelas vias Anita Garibaldi e Eng. Alfredo Correa Daudt, seja a pé ou de carro.

O projeto prevê resolver o engarrafamento da Anita através da criação de um túnel por baixo da Av. Carlos Gomes, o que eliminaria o semáforo.  

O que a Prefeitura e os jornais não dizem é que o semáforo continuará existindo,  mesmo com a obra, por conta da passagem de pedestres.

Pior: a trincheira criará um grande engarrafamento no cruzamento entre a Anita Garibaldi e a av. Eng. Alfredo Correa Daudt. 

Isso acontece porque o projeto apresentado pela prefeitura some com a possibidade de dobrar à esquerda na Anita, em direção ao aeroporto. Todos os carros que tomariam este rumo deverão ir até a rua Eng. Correa Daudt, uma via que hoje já enfrenta problemas de engarrafamentos.


 

 

Com a obra, um novo (e pior) engarrafamento será criado duas quadras abaixo do cruzamento entre Anita Garibaldi e av. Carlos Gomes

 



 Ah, mais uma coisa: esse projeto tem 30 anos e nunca foi atualizado.

Qual o sentido da obra? 

É fácil: por conta da Copa do Mundo, o governo federal disponibiliza dinheiro para as cidades-sede financiarem obras de infraestrutura. Se não houver projetos, o dinheiro não é transferido.

A Prefeitura teve duas opções: contratar engenheiros e urbanistas para elaborar projetos de mobilidade urbana, de forma a obter o máximo de aproveitamento na alocação de recursos, ou pegar às pressas um projeto antigo para não perder o prazo de requisição da verba. Desnecessário dizer que ela fez a segunda opção.

Além do trânsito e do uso impensado de recursos, existem alguns outros problemas:
  • Já existem planos para o alargamento de pistas na rua Anita Garibaldi, algo que será inviabilizado caso a trincheira seja feita;
  • A obra vai contra o Plano Diretor;
  • Não existem estudos de Impacto de Vizinha, algo exigido por lei em obras desse tipo;
  • Sondagens preliminares indicam que o solo do local é rochoso e não arenoso como se pensava. Duas consequências: 1. a obra ficará mais cara. 2. será preciso usar explosivos, algo não recomendável numa zona residencial;
  • O futuro engarrafamento na Correa Daudt chegará até a trincheira. Se antes os carros ficavam parados na superfície, agora eles ficarão presos no subsolo;
  • Existem canos de esgoto na área da trincheira. Ainda não está claro como a construtora vai conciliar a trincheira com o encanamento pluvial, mas, mesmo que ela consiga, os motoristas no subsolo terão como companhia um odor nada agradável. Imagine ficar preso num engarrafamento num buraco com odor de esgoto.
Quer saber mais? Leia nossa postagem de Perguntas & Respostas para mais informações!

Nenhum comentário:

Postar um comentário